
Era um pouco mais da meia noite e a chuva caía torrencial naquele domingo que amanhecera tão quente. Tanta chuva lá fora, pensava, e eu dentro do quarto, ora a entreter-me com a leitura de poemas líricos, ora sendo atrapalhado pelos pingos de chuva que caíam fortes. Sem mesmo esperar, fui invadido por uma vontade de tomar banho na chuva que não cessava e me convidava a banhar em suas águas caudalosas. Não hesitei e incontinenti fui à rua com tal fim. Como a água caía enérgica! Lavava a minha linda, imensa pequena cidade. Atravessei a rua já quase veneziana. Debaixo das biqueiras me pus a pular; é, lembrei de quando eu era pequeno, digo, de quando eu era menor – ou criança – nunca fui tão grande mesmo, eu sempre pulava na chuva, então foi...