quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

os contrastes.



A loura gelada vai muito bem obrigada, nos comerciais e principalmente nos bares onde é livremente vendida àqueles que se deliciam ao sabor da cevada e álcool fermentados. Os novos carros do ano invadem a TV e, imediatamente as ruas e avenidas brasileiras, onde os novos proprietários desses satisfazem suas necessidades de ostentar o novo modelo sobre quatro rodas.

Até aqui, parece que vivemos às voltas da televisão, o que não chega a ser uma inverdade completa, mas dentro da realidade – o trivial recaí sobre mim, que é dura – as diferenças do que é mostrado pela caixa animada não são tão díspares. Se pararmos para comparar, inúmeros Zecas, Joões e Pedros que conhecemos bebem diariamente e dirigem os modelos mais recentes dos carros anunciados na mídia.

Mas, enquanto louras e mais louras são esvaziadas nos bares, um outro número maior de louras se esgotam na busca constante de emprego, juntas a mulatas, ruivas, morenas, negras e pardas, chegando ao final do dia com respostas negativas, sem promessas, nem esperanças para o dia seguinte. O mesmo se aplica ao gênero masculino.

O sinal fecha, mas o carro avança. O orgulho de ser novo e mais potente é grande, tem de mostrar a todos; a placa de limite máximo permitido é muito pouco para a velocidade que o carro pode desenvolver, mas nenhum consegue desenvolver velocidade alguma frente aos destroços e a mortandade que os acidentes causam, da impotência adquirida diante de tão grande violência social.

E as drogas? Ah, essas são as campeãs de audiência. Principalmente, as não-legalizadas. Todos os viciados estão diante delas todos os dias, e muitos, várias vezes ao dia, desde cedo da manhã, passam pelo horário nobre e entram madrugada afora para dar continuidade ao ciclo. Esse é um problema que o Brasil não encontra tecnologia alguma para frear.

Aliás, o Brasil não tem encontrado solução alguma para inúmeros problemas que, como a cerveja, aparecem na televisão, embora embutidos em noticiários e, como os novos carros, são bastante potentes e desenvolvem velocidade até maior, pois atinge quase todo, se não a totalidade do território brasileiro.

E a resposta governamental?

Políticas compensatórias, programas incoesos que não chegam a atingir sequer a metade daqueles que sofrem com o problema.

E muitas, muitas perguntas sem respostas, sem ações concretas, enfim, ficamos no vácuo da “ordem e progresso”.

Nosso governo tem ainda um slogan que nos deixa confusos, sumariamente perdidos dentro da propaganda. Peço-lhe, requintado leitor, que ao término destas linhas escritas, volte ao título para entender, compreender verdadeiramente o que diz: Brasil, um país de todos

1 comentários:

Arthur Dantas disse...

e essa é a porra da realidade

Postar um comentário

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | Best CD Rates