segunda-feira, 21 de setembro de 2009

De carnaval em carnaval se faz um país chamado Brasil


De repente, um Brasil de carnavais. Assim parece ser o país que acorda com a cuíca em fevereiro. Brasileiros traduzem a felicidade. Assim está descrito nos rostos daqueles que vêem o Brasil ser tal qual está no seu formoso hino, cuja poesia transcende a capacidade intelectiva dos seres comuns, desatentos aos desdobramentos lingüísticos.
A morena cartão postal desfila nos calçadões à procura de um fiu fiu delirante. A loira gelada engasga o homem que dá uma espiadinha no decote do corpo escultural que desenha gestos da sensualidade tipicamente brasileira.
Um boca do inferno canta a Bahia afro de Castro Alves, brincando com os capitães de Areia de um Jorge tão amado. E há tantos brasis no meu peito Cascudo de Casmurro, que chego a me lembrar das aulas criativas de História, da professora Toinha. E da Literatura brotando em mim com os livros cortados por um Machado certo.
Enquanto um Chico ouve uma banda, um eu, inteiro, tira o chapéu e divaga na culinária, nas canções, na realidade viva de um país tão moço.
A feijoada escrava continua na mesa rica, a Elis Regina ainda causa admiração nos nossos pais, o Raul Seixas permanece maluco e todos nós queremos ser poupados “do vexame de morrer tão moço”. Por isso, esquecemos do lado negativo que a todo país é inerente e vivemos felizes. Uns tantos com salários de fome e a esperança do menino Cazuza. Tantos poucos riem cifras astronômicas. Sim, é um país de contrastes.
Hoje, exatos quinhentos e nove anos de descobrimento oficial do Brasil, ainda descobrimos que o Brasil grita retumbante pela liberdade escondida sob um sol que não esfria. L Somos todos alicerces de uma pátria mãe gentil, mesmo tendo a dor do sorriso enganando o calvário da terra que diz a todos os filhos deste solo: “em fevereiro, tem carnaval”.

2 comentários:

Alan Dantas disse...

Ô meu menino poeta... Os brasileiros parecem mesmo filhos do Carnaval, o que é, inegavelmente, uma das nossas belas marcas. O contraste de "a luz acaba porque já raiou o dia" nos impulsiona a viver carnavais fora da época (o que soa como mais um contraste)... Somos alegres por essência. É uma pena não termos feito de nossas últimas marchinhas uma ode à marcha da denúncia... Mas não cabe falar nisso agora. E... de certa forma... nosso contrastante sorriso de fevereiro é uma saída autêntica para vislumbramos a emoção que gostaríamos de ter nos treze meses do ano.
Parabéns pelo post... Vou utilizá-lo em sala de aula, viu?
Beijão!!! =)))

Renata Freire disse...

Ctz, Peterson -
Orgulho de ser brasileira, I<3BR! \o

;*

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