quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Pássaros e leões - Fábula de um real

“Ama-me pouco, mas ama-me por muito tempo.”A história foi bem assim: o leão se encontrou com o pássaro, por acaso. O pássaro então ficou rondando o leão que, em sua solitária altivez de rei, nem percebera. Até um dia saírem das telas sociais e se encontrarem, também por acaso. O pássaro dormiu na cova do leão, acordou e bateu asas. O leão nunca mais soube do pássaro. E a história termina assim.Nunca fez parte do convívio animal a relação amistosa entre pássaros e leões. Aqueles fazem parte da cadeia alimentar destes. E a história parecia se transformar. O leão, rugindo na sua floresta particular, começou a sentir falta do pássaro que, em voo de retirada, nunca mais bateu asas ali perto daquela juba nem imensa, mas que, entre contradições e...

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Batata que passa passa passa passa

Hoje, 26 de outubro, já depois de ter ligado para a SEMOB, PRF, DNIT. Volto a ligar para o DNIT, pois o superintendente estava viajando - a trabalho.Ele me atende e diz que é problema do DETRAN-RN.Ligo para o DETRAN-RN que diz: o problema é de responsabilidade do DNIT.Batata que passa passa...Infelizmente, eu fico muito desacreditado nos poderes que podem, mas esnobam quem "não pode". Como ter voz nessa ditadura disfarçada de democracia? Como ter voz se precisamos sair correndo para o dia a dia e não sobra tempo para as conversas que carecem urgência? Como ter voz se, quem tem voz passa sempre a batata (que passa passa passa passa passa INFINITAMENTE passando) para qualquer outro órgão?A culpa de o sinal ter fechado talvez seja minha, que preciso da faixa de pedestres. Talvez do pedestre que...

Mobilização

Inicialmente, desculpa às poucas pessoas que seguem o meu blog. Sei que vocês merecem atenção. Meu blog é, essencialmente, literatura - a minha razão em ser no mundo. No entanto, hoje, faço uma intervenção para o social e mostrar a minha indignação com o poder público.Desde a sua queda, espero que o semáforo das mediações do SAM'S Club, na BR, seja recolocado, reaberto. Os pedestres pedem passagem!Postei em duas comunidades (de ciclistas), das quais faço parte, o seguinte tópico - aqui reproduzido na íntegra:Vamos fazer uma mobilização juntos?!Galera, o problema é o seguinte: sexta-feira passada, 15 de outubro, um carro desgovernado derrubou o semáforo nas mediações do Sam's Club, no sentido Natal-Parnamirim. Fato é que o DNIT, órgão responsável pelas vias federais (e, embora seja uma via...

sábado, 25 de setembro de 2010

Afinal de contas

Um momento, por favor.Estou pensando e, afinal de contas, pensar dói de vez em quan...

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Made in... where?

Como menino ávido pela massa do bolo, raspei a manhã toda um punhado de pensamentos que insistiam em me acompanhar, mesmo depois de verificar a sua importância para a concretude dos meus dias. Como não perceber que as roupas usadas já têm a forma do corpo e que não se pode desejá-las num outro caminho? Qual mesmo o caminho que a distância não pode percorrer para encontrar um sorriso que brota da vontade de se estar perto? Sempre quis entender sobre a abstração sentimental. Nunca se entende a atuação cinematográfica que a realidade exprime. Eu gostei do Moulin Rouge. Não leio bulas, não sigo ordens, não insisto, desisto, desejo, sou inteiro, prevejo, enfrento os medos, escrevo, escravo das letras, desabafo. E cometo pecados. Falo o que sinto....

domingo, 6 de junho de 2010

Champanhe ou corda?

Para minha amiga RosângelaA inspiração acordou com o telefone, que estava carregando desligado. Olhou seus recados e pensou que não era nada mal comemorar com champanhe, nada de corda – as viagens, quando para dentro de si, recarregam as forças de se estar no salto todo tempo.Lembrou da música que Ivan Lins desenha ao abrir a boca. E da coragem, que ela, mulher, sabe que é estar longe de casa, cuidando de tantos filhos! E da única filha, filosofia desconcertante para a idade. E ainda do carinho nada exaustivo do rabinho que balança quando desfaz a solidão própria dos paulistas. Embora já esteja há mais de vinte anos perto de si mesma e um dia se perca no caminho de volta.Qual o caminho de volta quando a tristeza relembra que o natal não será...

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Novidades

A notícia de que o vigário da cidade morrera correu veloz por entre os cidadãos. Beatas, devotos e todos os cristãos ficaram instantaneamente sabendo do falecimento do padre, tão querido por todos. Logo se iniciaram os preparativos pro velório do bom homem. Os fiéis procuravam flores pra colocarem no esquife. A diocese local logo foi convocada a mandar o bispo para a missa em que se iria encomendar a Deus o corpo do velho padre. Dentro da pequena igreja da pacata cidade, dava-se o velório. Muito choro, muitos cânticos e muita oração. As beatas, quase que uniformizadas, usavam saias, anáguas, blusas e véus pretos. Todas com discretos lenços a enxugar as lágrimas que corriam pela face. Os homens empunhavam chapéus e, no semblante triste de cada...

domingo, 18 de abril de 2010

Lembranças de chuva

Era um pouco mais da meia noite e a chuva caía torrencial naquele domingo que amanhecera tão quente. Tanta chuva lá fora, pensava, e eu dentro do quarto, ora a entreter-me com a leitura de poemas líricos, ora sendo atrapalhado pelos pingos de chuva que caíam fortes. Sem mesmo esperar, fui invadido por uma vontade de tomar banho na chuva que não cessava e me convidava a banhar em suas águas caudalosas. Não hesitei e incontinenti fui à rua com tal fim. Como a água caía enérgica! Lavava a minha linda, imensa pequena cidade. Atravessei a rua já quase veneziana. Debaixo das biqueiras me pus a pular; é, lembrei de quando eu era pequeno, digo, de quando eu era menor – ou criança – nunca fui tão grande mesmo, eu sempre pulava na chuva, então foi...

domingo, 4 de abril de 2010

Gritos silenciosos

Olhando assim, parecia que a vida tinha sentido, embora ele não quisesse procurar o sentido, embora ele não quisesse ser sentido, nem sentir. O lenimento de suas forças era brusco. Há forças nos sumidouros e nem um pouco na consciência. Algumas poucas e minguadas lágrimas obedeciam à gravidade. E ele (sempre o desconcertante ele implodido) estava lá, enxugando-as. Um furacão sentimental explodia no insensível criado pela pós-modernidade. A explosão era abafada, inaudível. Gostaria de não saber das mazelas, dos cânceres, dos internamentos, dos médicos, nem de santos, nem de anjos. Não saberia se despedir. Não gostaria de saber. Ia àquele ato tão familiar. Longe, distante, frio. Caçaria palavras para descrever suas sensações. Misteriosas. Augusto...

quarta-feira, 31 de março de 2010

N O V A

Passou a juventude se preocupando com a velhice. Usava, todos os dias, vários produtos para o sonhado rejuvenescimento. Travava uma luta contra o poder da gravidade, insistindo para que ela não derrubasse a pele facial. Era o primeiro produto a massagear o rosto após o banho. Logo em seguida, tomava o rico café da manhã e, ato contínuo, escovava os dentes. Ao chegar aos cinqüenta anos, gozava de plena saúde física, um pé-de-galinha sequer lhe incomodava os olhos, uma rugazinha que fosse não lhe ornava o rosto que desmentia a idade que tinha, mas nada impediu que a velhice lhe chegasse, em forma de raiz, bordando – parecia que diariamente – toda a sua boca.Peterson Nogueira 18MA...

terça-feira, 30 de março de 2010

Os deuses recomendam

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segunda-feira, 29 de março de 2010

Literatura

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Caio Fernando Abreu

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domingo, 28 de março de 2010

Contos

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sábado, 27 de março de 2010

Crônicas

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sexta-feira, 26 de março de 2010

Fotos

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quinta-feira, 25 de março de 2010

Videos

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terça-feira, 23 de março de 2010

Teoria clichê

Pensava e contradizia Descartes. Sentia um vazio enorme quando se remetia às coisas que queria viver, sentir, experimentar. Lembrava que alguém, um filósofo, um poeta, alguém, nem sabia, dissera que havia metafísica demais em não pensar em nada. Conseguia pensar em nada. Pensava em nada. Em ninguém. Na vida. Pensar era uma constante. Achava que não ia viver amores, medos, ciúmes. Vivia todos os sentimentos do mundo. Só. Pensava vintequatro horas no sentido que a vida podia ter. A ansiedade era sua parceira imediata. Era poeta. Escrevia em linhas imaginárias romances que nunca vivenciara. Via Bandeira deflagrar a sua rotina tão miserável. Fizera uma tatuagem para se sentir igual. Era diferente por ser inteligente. Leu o livro cujo autor inspirou...

sábado, 6 de março de 2010

O Escritor e o Psicólogo

O homem na sala. Havia um homem na sala, à espera de ser atendido. Percebia-se um pequeno vão, desde a porta. O lugar dos interrogatórios. Pensava na palavra “interrogatórios”, quis mudar, chegou à outra conclusão. O lugar da investigação. Não, não. Das discussões. Melhor, da conversa. Pronto, o lugar da conversa. Pensava demasiadamente nas palavras que o corrompia, prendia e soltava o seu ser, preso ao instante-sempre que o acompanhava. Sabia-se que as conversas deixariam aquele homem bem. Via-se um homem não abatido, nem quase isso, mas um homem reticente. O teor lacônico deixava-o enigmático. Vestia-se de esfinge, mas deixava passar mistérios sem solução. Talvez por isso. Lutava contra si numa guerra fria, silenciosa o suficiente para gritar...

quinta-feira, 4 de março de 2010

Sem hora de estrela

Era como se jogasse algum jogo. Sempre perdia, no entanto, a arbitrariedade do vício o fazia retornar aos ciclos românticos em que se metia. Jogava Snake no celular e não entendia a intertextualidade contida na sua vida. Amava irregularmente. Parecia não saber a transitividade dos verbos. Parecia não conhecer literatura. Quase nem era. Parecia ser real. Quase parecia uma personagem clariceana. Ou esquecia o “quase” para deslumbrar pontes e viadutos e tecnologias digitais e amores. Não tinha amores. Não falava sobre porcas e parafusos com ninguém. Sabia que a única pessoa que o compreenderia estava deitada eternamente. E nem era no mais esplêndido berço. Sentia saudade de alguém que nunca vira, que partira antes mesmo de irromperem as primeiras...

quarta-feira, 3 de março de 2010

Em Areia Branca

Uma pontinha é quando se Quer só experimentar a guloseima E se acha menos praticante do pecado Quando dali retira um pedaço menor Do que lhe é ofertado. Mas, uma pontinha pode ser quando Não se tem ninguém vendo o ato de Tirar só uma pontinha do bolo, da torta etc. Acredita-se que ninguém perceberá a falta De uma pontinha. Uma tora é um pedaço descomunal. Geralmente quando os olhos São maiores do que a fome Ou a fome é maior Do que o pedaço oferecido. Tem desses que diz: “uma torinha” “Véa” pode ser o adjetivo “velha”, Mas geralmente não caracteriza a rigor A idade da pessoa, pode ser uma criança. E comumente é usado expressando um carinho irônico Ou substitui outros adjetivos, levada, esperta, até bonita. ...

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Um olhar vivo

“Me poupa do vexame/ De morrer tão moço/ Tanta coisa ainda quero ver.” EdnardoOs dias começam a morrer a partir das cinco e meia da tarde. Com tudo que morre, Ele adquiriu um fascínio inexplicável. Pesquisou culturas egípcias. Espiritismo. O Livro Tibetano dos Mortos. O Caibalion. Recebeu um e-mail às seis. Hora da Ave Maria. Riu. Embora se tratasse de morte. Não a de algum conhecido. Mas sobre sua curiosidade personificada. Tentou ver a morte nas suas disquisições. Perturbava-se com as marés cheias, violentando suas dúvidas pessoais. Perturbava-se com o diamante que Se tentava lapidar. Mas não conseguia. Sua escola era perto do cemitério. Sua mãe trabalhava em frente ao cemitério. Conhecia, pelo nome, cada um dos coveiros. Era conhecido...

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