A morte não é nada – dizia Epicuro – enquanto somos, ela não é. Quando ela é, deixamos de ser. Essa não era a filosofia bandeiriana, para quem a morte estava sempre na iminência. Ao descobrir que estava com o mal do século, a tuberculose, logo depois de sair da adolescência, o poeta vê seus sonhos de se tornar arquiteto irem embora. Para ocupar o espaço vazio, escrevia. A morte, sua companheira, ceifa a vida de sua mãe, irmã e pai enquanto ele lutava contra a sua doença. Estrela de uma vida inteira, Manuel Bandeira escrevia sobre a indesejada das gentes para, assim, vivenciar as possibilidades que o distanciavam da vida normal, pretendida por ele. Sua vontade não era ir pra Pasárgada, mas ter as mulheres que nem o rei poderia possuir, dançar...